Efemérides - 174
Cláudio Santoro
(1919-1989)
Começa a aprender violino aos 10 anos de idade. Com 13 anos é bolseiro do Estado e vai estudar para o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. É lá que se torna mais tarde professor de violino.
Em 1940 conhece Hans-Joachim Koellreutter e torna-se seu aluno de composição. Juntos formam o revolucionário Grupo Música Viva, que ao lado de outras personalidades representam a nova escola de composição do Brasil.
Em 1948 vai para Paris e estuda com Nadia Boulanger e ao entrar em contacto com as directrizes da corrente Comunista Soviética, adopta a estética do realismo-socialista. Assume, assim, uma linguagem mais acessível.
Ainda neste ano recebe um prémio da Fundação de Música Lili Boulanger de Boston com nomes como Igor Stravinsky e Aaron Copland no Júri.
Cerca de 1960 abandona a sua fase nacionalista e retorna ao serialismo e ao dodecafonismo.
Em 1967 é convidado pelo Governo da República Federal Alemã para o programa Artista Residente de Berlim Ocidental e pela Fundação Brahms de Artista Residente da Casa de Brahms (Baden-Baden). Permanece na Alemanha até 1978, dando aulas de composição e direcção, participando activamente na vida musical.
Retorna ao Brasil como chefe do Departamento de Artes da UNB, a convite do próprio reitor e funda a Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de Brasília, que dirige até o fim da sua vida.
Santoro foi um músico desinquieto e ecléctico. Desenvolveu intensa actividade como compositor, intérprete, professor, maestro, membro de júris internacionais, representante do Brasil em conferências internacionais e grande pesquisador. Ao falecer, a 27 de Março de 1989, em pleno ensaio da Orquestra do Teatro Nacional em Brasília, deixa um acervo musical de cerca de 500 obras, entre 14 Sinfonias, Solos, Trios, Quartetos, Concertos, Cantatas, Ópera, música electro-acústica, entre outras, e uma actuação a nível artístico e educacional que influenciou várias gerações brasileiras.
Deixo-vos alguns (pequenos) exemplos da sua música. Oiçam bem os Prelúdios [partitura]. São lindíssimos:
01. Prelúdio No.1 | 02. Prelúdio No.7 | 03. Prelúdio No.12 | 04. Peça No.3 (das 4 peças e pequena Toccata) | 05. Sonata No3. - 3º Andamento
Gilda Oswaldo Cruz, piano
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