Sigam a partitura...
...ou não.
(a imagem foi sugestão do Gonçalo)
Em outros tempos não era assim:
No tempo de Liszt, o silêncio do público significava que o espectáculo não estava a ser bem recebido. Virtuosos como Liszt e Anton Rubinstein ficariam ofendidos se os espectadores não aplaudissem entre os andamentos, embora isso não se passasse no tempo de Beethoven, por exemplo, pois só raramente se executavam os andamentos todos de uma obra como uma Sonata.
Também se aplaudia a música DURANTE a sua execução, como por exemplo quando Chopin tocava as suas variações sobre Là ci darem la mano com orquestra, pois o público manifestava a sua "aprovação" após cada variação. Mesmo durante os anos 20 do Século XX o público Berlinense aplaudia Ferruccio Busoni no meio de La Campanella.
Também aconteciam recitais quase completos entre os andamentos de concerto ou entre os actos de uma ópera. Quando Chopin tocou os seu Concerto para piano em Mi menor em Varsóvia em 1830, outras peças foram executadas entre os primeiros dois andamentos.
Mas como eu dizia no início, hoje os tempos são outros. O facto de o público estar em silêncio e não participar, não significa obrigatoriamente que o espectáculo não está a agradar. Pelo contrário.
Por isso continuo-me a irritar solenemente quando não me deixam apreciar um concerto da maneira que mais gosto: em silêncio.
2 comentários:
O Mahler foi quem proibiu as entradas e saidas durante os concertos. ele foi director da opera de viena, e aí decidiu que assim que quando começava o concerto a porta fechava-se, porque antes qualquer um podia entrar e sair
Eu sou apologista de que só se deve bater palmas no fim. Ao contrário daquelas pessoas que sempre que ouvem uma cadência perfeita ou imperfeita batem palmas num desalvoro. Ainda se fosse para manifestar o brilhantismo da execução, mas NÃO. É mesmo para mostrar que sabem aplaudir e até parece que querem ver quem o faz melhor.
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