Últimas Aquisições - 11

Acabadinho de chegar pelo correio, recebi este DVD:Glenn Gould - The Russian Journey
Realizador:Yosif Feyginberg | Formato: DVD, NTSC | Idioma: Inglês | Região 1 | Data de lançamento: 10 de Junho de 2003 | Duração 86 minutos | Edição: KULTUR Video

Eu já tinha comprado este DVD há algum tempo atrás, mas (como é hábito em mim) emprestei-o a alguém que nunca mais o devolveu. Como nem me lembro a quem foi, resolvi comprá-lo de novo
(já agora...se algum dos leitores deste post for o felizardo a quem emprestei os meus DVDs do Bobby McFerrin é favor dizer, pois evitará uma nova despesa da minha parte. A gerência agradece).

Conteúdo:
Em 1957, Gould (com apenas 24 anos de idade) fez uma viagem à Rússia que iria mudar para sempre a sua vida, bem como a de gerações futuras de músicos russos. Seria o primeiro pianista da América do Norte a ser convidado e a aceitar tocar na União Soviética.
Neste documentário, para além de gravações dos concertos de Leningrado e Moscovo, são-nos apresentados documentos e fotografias "confidenciais" do Ministério dos Negócios Estrangeiros que fornecem informações detalhadas das suas viagens e experiências, e também inclui entrevistas com músicos, musicólogos e outras figuras (como Rostropovich e Ashkenazy) que discutem a influência de Gould nas suas carreiras.

Tem como extras:
- uma pequena entrevista feita a Glenn Gould após a viagem (que aqui vos deixo),


- uma entrevista ao agente de Gould, Walter Homburger
- uma interpretação de Gould da Bagatela Op.126 no.3 de Beethoven.

Não resisto a contar um pequeno episódio desta viagem:

A Guerra Fria estava no seu auge. Estaline tinha morrido há apenas 4 anos. Muito poucos tinham ouvido falar de um pianista canadiano chamado Glenn Gould, e ainda para mais, poucos tinham ouvido a música de Bach pois tinha sido "proibida" pelo Regime totalitário pelo seu cariz religioso.
Por isso, tal como diz Tatiana Selikman, pianista e professora, quando viu o cartaz a anunciar o concerto em Moscovo, ficou curiosa por um pianista do Canadá ir tocar a Arte da Fuga de Bach, que nunca era tocada na União Soviética comunista.
O Grande Auditório do Conservatório de Moscovo estava practicamente vazio. Quando um pianista de face pálida entra para o palco, senta-se numa cadeira baixíssima e começa a tocar, o público ficou imediatamente cativado. Nunca Bach tinha sido ouvido assim !

Ao intervalo, quem estava no público correu para os telefones para avisarem os seus amigos do que se estava a passar, de maneira a que ainda pudessem vir assistir à segunda parte.

Quando o concerto foi retomado, a sala estava completamente cheia, a rebentar pelas costuras...