Os retratos de Mozart
Retratos autênticos de Mozart, apenas existem 12, sendo que a maioria deles resultou de encomendas do seu pai Leopold. Apenas 3 foram pintados a pedido do próprio Mozart.
Dos 12 autênticos, só 4 retratam Mozart exclusivamente: The Boy Mozart (1763), Wolfgang at Verona (1770), Mozart as Knight of the Golden Spur (1777) e o retrato incompleto Mozart at the Pianoforte (1782). Os restantes retratam Mozart e a sua família com a excepção do Tea at Prince Louis-François de Conti. Não existem retratos (acabados) de Mozart a tocar piano ou a compor.
propriedade do Mozarteum, Salzburgo
Mozart tem 6 anos de idade e a sua irmã Nannerl 12. Ambos estão em fatos de Côrte que lhes foram oferecidos em 1762 na Côrte Imperial em Viena. O artista pintou primeiramente o cenário e as vestes e só depois as crianças posaram.
Leopold Mozart with Wolfgang and Maria Anna, Louis Carrogis de Carmontelle
Paris, Novembro de 1763
propriedade do British Museum
É provavelmente um quadro original a partir do qual várias cópias foram feitas. O original foi feito a pedido do patrono de Mozart, o Barão Melchior von Grimm.
Tea at Prince Louis-François de Conti (detalhe), Michel Barthélemy Ollivier
Paris, Verão de 1766
propriedade do Musée du Louvre, Paris
Pintura a óleo encomendada pelo Príncipe. Mozart está sentado ao Cravo, com umas proporções algo disformes, e prepara-se para acompanhar o cantor Pierre Jélyotte que está ainda a afinar o seu instrumento.
Wolfgang at Verona, Saverio dalla Rosa
Verona, 6-7 de Janeiro de 1770
Colecção privada de Alfred Cortot, Lausanne
Esta pintura a óleo de Saverio dalla Rosa foi encomendada por Pietro Legiato. Mozart tem 14 anos e veste o seu casaco vermelho preferido. Ele está sentado ao pé de um Cravo feito por Giovanni Celestius em Veneza em 1583. A partitura na estante tem como indicação de tempo molto allegro e os 35 compassos visíveis são tudo o que conhecemos hoje da Sonata em Sol Maior, K.72a. Esta Sonata está perdida hoje e sempre se pensou que seria de Mozart por razões óbvias, mas, não temos conhecimento de Sonatas do período correspondente ao quadro. Hoje em dia, em parte pelo início da obra não apresentar características Mozartianas, existe a hipótese (lançada por Daniel Heartz em 1971) de a obra ser de Baldassare Galuppi.
O detalhe aqui apresentado, apesar de não dever ser tomado à letra, mostra uma técnica pianística muito diferente da moderna técnica dos pianistas de hoje em dia.
Family Portrait, Johann Nepomuk della Croce
Salzburgo, finais de 1780/início de 1781
propriedade do Mozarteum, Salzburgo
Esta pintura a óleo foi encomendada por Leopold Mozart em Salzburgo e aparece na biografia de Mozart feita por Nissen (o 2º marido de Constanze).
Wolfgang e Nannerl tocam a 4 mãos num fortepiano. Leopold aparece com o seu violino e a sua pena o que mostra que é músico e escritor. O retrato na parede é da mãe de Mozart que tinha morrido 4 anos antes. a figura de Apolo ao fundo enfatiza a natureza musical da família Mozart.
Mozart as Knight of the Golden Spur, Anónimo
1777
propriedade do Mozarteum, Salzburgo
É geralmente considerado como uma representação de Mozart com um aspecto algo "doente", mas, apesar disso, muito precisa. Terá sido mandado pintar pelo conhecido mestre de Mozart o Padre Martini.
Mozart at the Pianoforte (inacabado), Joseph Lange
Viena, provavelmente do Inverno de 1782-83
propriedade do Mozarteum, Salzburgo
Pintura a óleo inacabada feita pelo cunhado de Mozart. É o retrato mais conhecido de Mozart, em parte devido à sua representação algo romântica e introspectiva.
Os retratos anteriores mostram Mozart "em pose", enquanto este, se tivesse sido acabado, mostrar-nos-ia um Mozart contemplativo ao piano, natural e mais real. O facto de estar inacabado torna-o ainda mais verdadeiro, pois faz um paralelo com a sua própria vida...
2 comentários:
É o problema dos retratos: representam posições, maneiras de estar estudadas, não naturais. Daí as poses e o ar sério... Pelo menos, presumo eu! Não tenho, de modo nenhum, ideia de um Mozart assim carrancudo. Para compor tantas obras alegres e divertidas, só mesmo um jovem igualmente divertido. A música era feita por prazer... Estarei enganada?
Concordo plenamente, e acrescento que naquela altura, penso eu, a avaliação do retrato residia mais na subtileza do estilo do autor (que perspectivava o seu modo de ver as coisas)que na respetiva representação da realidade. Naquela altura retratava-se tudo de forma muito delicada, à boa maneira da arte romântica.
Enviar um comentário