Efemérides - 153
Artur Pizarro
(1968- )
Com 14 meses, ao colo da avó, Berta Pizarro, professora de piano, começou a tocar nas teclas do piano, não com a mão inteira, como normalmente fazem os bebés, mas uma nota de cada vez, ficando muito atento ao seu som.A grande revelação veio porém aos três anos. Artur gostava de ficar sentado junto ao piano quando a avó dava as aulas aos seus alunos particulares. Uma aluna de oito anos andava a treinar uma peça de Rameau para uma audição no conservatório. Ao fim de algumas aulas, Artur diz: "Sai do banco. Agora quem toca sou eu". Sentou-se ao piano e tocou a peça toda, duma ponta à outra, sem nunca se enganar! A avó ficou estupefacta, chamou a mãe de Artur (Maria Laura) e as duas decidiram pedir a opinião do professor Campos Coelho do Conservatório de Música de Lisboa, que, nessa mesma noite, veio ouvir Artur a tocar e entendeu que, efectivamente, o pequeno Artur tinha um dom nato para a música. Pediu a Eurico Tomaz de Lima uma composição inédita para dois pianos. Assim, Artur apresentou-se pela primeira vez ao público aos três anos de idade, no Conservatório Nacional, com duas peças a dois pianos (com Campos Coelho no segundo piano). Foi o seu primeiro êxito! Aos quatro anos apresentou-se também no programa "Histórias da Música" de António Victorino d'Almeida.
Aos cinco anos, decidiram pedir a opinião ao grande pianista Sequeira Costa (aluno de Vianna da Motta) que pensou que o pequeno Artur poderia ser orientado nos primeiros anos por uma aluno mais avançado, mas seguindo a sua orientação. Para isso, marcou três lições particulares para observar as reais capacidades da criança. No entanto, no início da segunda lição, Sequeira Costa parou a aula e disse a Maria Laura: "O seu filho tem um grande talento. Não vou reencaminhá-lo para ninguém. Vou ser mesmo eu ensiná-lo". Entretanto, em 1976, Sequeira Costa aceita o lugar de "Distinguished Professor of Piano" na Universidade de Kansas. A família reflecte sobre as várias possibilidades de como continuar a educação artística de Artur e decidem seguir o professor. Mudam-se, então, para Lawrence, Kansas, nos Estados Unidos, em Agosto de 1977.
Educado nas tradições pianísticas das escolas francesa e alemã, começou a actuar aos 13 anos de idade com um recital no Teatro de São Luiz em Lisboa. Ainda sob a orientação de Sequeira Costa, ganhou concursos como o Vianna da Motta (em 1987), o Greater Palm Beach Symphony (em 1988) e o Harverys Leeds International Pianoforte Competition (em 1990) que o projectou para uma carreira internacional.
Conhecido pelo seu lirismo e grande virtuosidade, Artur Pizarro actua frequentemente com as maiores orquestras e maestros mundiais, como Charles Dutoit, Sir Simon Rattle, Jean Fournier, Philippe Entremont, Pascal Tortelier, Sir Andrew Davis, Esa Pekka Salonen, Yuri Termikanov, Vladimir Fedoseev, Franz Welser-Most e Sir Charles Mackerras.
Podemos também vê-lo a actuar em recitais a solo, bem como de música de Câmara em muitos dos mais prestigiados locais e festivais como: Kennedy Centre de Washington, Wigmore Hall, o festival de Aldeburgh, Neues Gewandhaus, Frankfurt Alte Oper, Theatre du Chatelet, Musée D'Orsay, Zurich Tonhalle, os Proms da BBC, entre muitos outros.
Em 2003-2004, Artur Pizarro apresentou em concerto o ciclo completo das Sonatas para Piano de Beethoven no St. John's Smith Square em Londres em 8 concertos que foram transmitidos pela Radio 3 da BBC e foi nomeado para um prémio da Royal Philharmonic Society precisamente por este ciclo.
Deixo-vos com uma selecção da arte de Artur Pizarro:
1. I-Moderato | 2. II-Largo | 3. Variação 1 | 4. Variação 2 | 5. Variação 3 - Vivace - Tranquillo | 6. Variação 4 - Lento | 7. Variação 5 - Coda (molto vivace)
Artur Pizarro, piano
Orquestra Gulbenkian | Martyn Brabbins, maestro
J.S. Bach (transcrição de F. Liszt)
8. Prelúdio em Lá menor, BWV 543 | 9. Fuga em Lá menor, BWV 543 (gravação de 1996)
10. Fantasia em Sol menor, BWV 542 | 11. Fuga em Sol menor, BWV 542 (gravação de 1996)
12. D. Shostakovich - Prelúdio em Dó# menor, Op.34 no.10 (gravação de 1997) [partitura]
13. J. Rodrigo - A l'ombre de Torre Bermeja [partitura]
Artur Pizarro, piano
D. Milhaud - Scaramouche, Op.165b
14. I-Vif | 15. II-Moderé | 16. III-Brazileira
Artur Pizarro & Stephen Coombs, pianos






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4 comentários:
Sem dúvida é genial. Infelizmente ainda não tive a felicidade de o ouvir ao vivo. É muito solene
Dia 29 e 30 de Setembro no CCB. Eis uma oportunidade para o ouvir.
está ao nivel de qualquer bom pianista mundial, nao em qualquer tipo de repertório, mas em coisas tipo Ravel, sonatas de Beethoven... é do melhor
ha 2 anos comecei a ver o integral da obra de Debussy e Ravel no S. Luis, mas só vi 2 concertos porque entretanto me deu apendicite...
desculpas...hehehe
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