Gabriela Montero
Na passada 2ª feira, dia 3 de Dezembro,
a pianista Gabriela Montero apresentou-se num Recital na
Fundação Calouste Gulbenkian.
A primeira parte consistiu apenas de obras de F. Chopin:
- Nocturno em Dó menor, Op.48 no.1
- Nocturno em Réb maior, Op.27 no.2
- Balada No.3 em Láb maior, Op.47
- Scherzo No.2 em Sib menor, Op.31
- Scherzo No.3 em Dó3 menor, Op.39
A segunda parte terminou com a Polonaise em Láb maior, Op.53, tendo o início sido preenchido com improvisações da pianista a partir de temas dados pelo público. Os temas foram:
- S.Rachmaninoff - Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op.43 - Variação XVIII (Réb Maior)
- G. Gershwin - Summertime
- Raul Ferrão - Coimbra é uma Lição (fado de Coimbra)
- J.S. Bach - Variações "Goldberg", BWV 988 - Ária
- Frank Sinatra - My Way
No geral um bom concerto. Uma pianista com bom nível, mas que não conseguiu fazer a diferença (já pareço um comentador desportivo). Teve nitidamente duas partes distintas (lá estou eu...) em que o seu magnífico ouvido absoluto e a incrível capacidade de improvisação são claramente a sua maior mais-valia. No repertório "clássico" deixou a desejar. Fraco cantabile. Pouco clara em algumas passagens mais rápidas (oiçam o 2º Scherzo), mas no geral uma interpretação com "as notas certas". Uma incrível (e precoce) improvisadora.
8 comentários:
acho esta improvisação bem concebida, embora ache que ela provávelmente utiliza o mesmo tipo de "artíficios" na improvisação de qualquer tema...
Deixo aqui o meu primeiro comentário, o de um relativo leigo.
Fui ver o concerto que aguardava há já algum tempo. Causava-me curiosidade aquela divulgada tentativa de aproximação das duas grandes entidades num concerto: a intérprete e o público.
A impressão geral com que fiquei foi de uma provação algo desiludida de uma especiaria intitulada de altamente exótica.
A 1ª parte e o final da 2ª foram bastante bons, faltando um pouco daquela "verdade absoluta" de que ouvi falar há uns dias no mezzo - "the true clarity of knowing what it is and what it isn't". A improvisação foi uma verdadeira atracção de espectáculo (num bom sentido). Pena, por vezes, o público não estar à altura. Poderá ter sido algo limitada nos «"artifícios" de improvização», embora suponha isso(talvez erradamente) que às vezes dependa muito do estado em que se está naquele momento. Foi peculiar a abordagem que fez ao fado de Coimbra. Por vezes teve dificuldade em agarrar os temas. Ficou aquém do Mestre Bach. No entando, foi um bom desafio. Um pouco mais de sal ou de outras especiarias não iria certamente causar hipertensão crónica.
Como disse anteriormente, a parte "clássica" do concerto não me impressionou. Reconheço-lhe qualidade, mas "apenas" isso. A improvisação, sim. Sem dúvida que, como o Eduardo disse, ela utiliza sempre processos semelhantes nas improvisações. Apesar disso, a forma como o faz, parece-me ser de grande qualidade.
Se quiserem mais exemplos de qualquer parte do programa digam que eu acrescento ao post.
(um abraço especial António - não te vi no concerto, é pena. Tenho que te telefonar um dia destes).
já agora gostava de ouvir as outras improvisações. Se puderes pôr, agradeço.
vao ao myspace dela, no player que nao é do myspace, aquele que esta em baixo, tem la muita coisa, só exemplos, quem quer que pague, mas reparem em coisas bastante engraçadas de improvisações dela
quanto ao concerto, o publico podia ter dado temas melhores (nao posso falar muito que entrei mudo e sai calado) mas o summertime foi óptimo, de certeza o melhor momento do concerto
Também podem ver o vídeo de um concerto no site dela (onde inclui improvisações)
http://www.gabrielamontero.com/gabriela_live.php
(a última parte esta muito engraçada!)
Digamos que no concerto de cá foi tudo bastante mais "desorganizado". Quando o público fazia uma tentativa de cantar em conjunto (como no "Coimbra é uma lição") era a desgraça total. Cada um no seu tom e no seu tempo. Ela acabava por dizer que assim não percebia nada.
Diferenças...
Nos vídeos do site dela (Gabriela Live) realmente tem coisas interessantes. Destaco a 5ª Sinfonia de Beethoven e o "O Sole Mio".
Curiosamente, dois dos temas desse concerto na Alemanha foram "pedidos" no concerto de cá: Summertime e as Variações GOldberg.
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