Efemérides - 60
O programa consistia no seu próprio arranjo de alguns andamentos
das Suites Orquestrais de J.S. Bach.
Durante a sua vida, Mahler tornou-se um dos maestros mais famosos do seu tempo, não só na Europa, mas também nos E.U.A.
Em 1909 Mahler aceita o cargo de maestro da Orquestra Filarmónica de N.I. e rapidamente a rejuvenesceria. Como parte do programa trouxe a música de Bach, nomeadamente o seu arranjo de alguns andamentos das Suites Orquestrais Nos.2 e 3.
Durante as duas épocas seguintes, esta obra tornou-se um marco na programação de Mahler, tendo-a executado cerca de vinte e três vezes em Nova Iorque e onze vezes fora de N.I.
Encontrar o instrumento adequado para uma obra desta natureza não foi obstáculo para Mahler, pois já anteriormente o maestro Nathan Franko da Metropolitan Opera tinha utilizado um piano Steinway modificado para acompanhar os recitativos numa produção de Don Giovanni em Janeiro de 1906. Foi também na Metropolitan Opera, que Mahler utilizou este piano modificado quando lá chegou em 1908 para uma produção da referida ópera de Mozart e mais tarde também numa produção de As Bodas de Fígaro.
Assim, para criar um ambiente Barroco, Mahler utilizou este piano modificado no seu arranjo das obras de Bach. Embora referido como Cravo nos programas e criticas dos concertos, Mahler tocou num piano de cauda Steinway, possivelmente da série "L" ou "A". Para produzir um som semelhante a um Cravo, a empresa Steinway colocou-lhe uma espécie de tachas (punaises) nos martelos.
Desta forma, este instrumento tinha a possibilidade de rivalizar com a orquestra em termos de volume sonoro e de controlo da Dinâmica e a capacidade de manter a afinação de uma forma muito melhor do que aconteceria com instrumentos da época, mesmo sendo reproduções.
Não foram apenas Mahler e Nathan Francko que utilizaram este instrumento, também outros músicos como Walter Damrosch e Frank Damrosch (ambos em 1908) e Glenn Gould (em 1962 - que lhe chamou "Harpsipiano")
e dirigida pelo maestro Riccardo Chailly numa gravação de 2000 efectuada na Grande Sala da Concertgebouw em Amsterdão.
1. I-Overture
2. II-Rondeau-Badinerie
3. III-Air
4. IV-Gavotte I & II
2 comentários:
só podia ser o maluco do glenn gould! para tocar a arte da fuga num "harpsipiano"!
mas o mahler nao conseguia arranjar um cravo?
A questão não era essa, pois a ideia era mesmo ter um instrumento com outras capacidades que o Cravo não tinha, como eu refiro no texto.
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