Hehe, por acaso também adoro picasso. que música estaria o personagem do quadro de cima a tocar? com aqueles braços deve ser aquela esquisitice para um piano preparado qualquer... [John Cage não consta no IMSLP -.-]
Espero não estar a dizer uma grande bácura (e espero também que "bácura" se escreva assim, pois nunca antes vi esta palavra), mas acho que foi a Picasso que o Sr. Satie encomendou um cenário para "Parade", obrigando mesmo o pintor a executá-lo em público!
Bácora penso que seja com "O". E foi sim senhor(a) ! Os dois eram amigos. A encomenda penso que não tenha sido do Satie. mas sim do Ballet Russo de Diaghilev em 1916-17. A música era de Satie, com tiros, sons de máquina de escrever, sirenes de nevoeiro e garrafas de leite! Picasso fez os cenários e o guarda-roupa. Jean Cocteau escreveu o argumento. Léonide Massine fez a coreografia e dançou também. A orquestra foi dirigida por Ernest Ansermet. Já viram que grupo de artistas mais fenomenal?
Como é óbvio, provocou um grande escândalo e Satie e Cocteau foram chamados de Anarquistas Culturais. Satie foi preso por 8 dias.
Pela primeira vez foi utilizado o termo surrealismo (usado por Appolinaire sobre o Parade, para descrever uma criação artística que explora o mundo dos sonhos e do subconsciente). Mais tarde a palavra surrealismo viria a descrever todoum movimento artístico e literário.
Eu e o João Vasco tocamos exertos do "Parade" no recital em Cork. Fizemos uma pequena pesquisa e penso que se bem me lembro o guarda-roupa era feito em cartão e houve um grande problema em relação aos bailarinos, por estes terem uma grande dificuldade em movimentar-se.
É verdade isso dos "fatos" de cartão. Mais um pormenor que causou grande polémica na altura, nomeadamente entre os bailarinos, como referiste, Eduardo.
De facto não imaginava Picasso entregue às agulhas ou a supervisionar o trabalho de corte e costura...enfim, cada um no seu sítio e os bailarinos que se aguentem! Dera a muito boa gente andar por aí com um cartãozinho à frente e outro atrás, nem se fosse apenas com a assinatura deste senhor! Agora que falam nisso, só agora relaciono a "funny-wierd performance" de Cork com o questionamento bem humorado de Satie (chamemos-lhe assim), da cultura da época... Aproveito e dou os parabéns aos dois intérpretes!
Não querendo repetir-me mas correndo esse risco, deixei no post do Dali uma (possível) explicação para tantos pianos na obra do pintor, enfim, a pensar nos amantes e curiosos...
Obrigado pela parte que me toca (que deve ser 50%) nos parabéns. A música de Satie é isso mesmo, surrealismo, e quando se junta com o génio surreal de Picasso, ainda melhor.
Hehe, por acaso também adoro picasso. que música estaria o personagem do quadro de cima a tocar? com aqueles braços deve ser aquela esquisitice para um piano preparado qualquer... [John Cage não consta no IMSLP -.-]
ResponderEliminarEspero não estar a dizer uma grande bácura (e espero também que "bácura" se escreva assim, pois nunca antes vi esta palavra), mas acho que foi a Picasso que o Sr. Satie encomendou um cenário para "Parade", obrigando mesmo o pintor a executá-lo em público!
ResponderEliminarBácora penso que seja com "O".
ResponderEliminarE foi sim senhor(a) !
Os dois eram amigos. A encomenda penso que não tenha sido do Satie. mas sim do Ballet Russo de Diaghilev em 1916-17. A música era de Satie, com tiros, sons de máquina de escrever, sirenes de nevoeiro e garrafas de leite! Picasso fez os cenários e o guarda-roupa. Jean Cocteau escreveu o argumento. Léonide Massine fez a coreografia e dançou também. A orquestra foi dirigida por Ernest Ansermet. Já viram que grupo de artistas mais fenomenal?
Como é óbvio, provocou um grande escândalo e Satie e Cocteau foram chamados de Anarquistas Culturais. Satie foi preso por 8 dias.
Pela primeira vez foi utilizado o termo surrealismo (usado por Appolinaire sobre o Parade, para descrever uma criação artística que explora o mundo dos sonhos e do subconsciente).
Mais tarde a palavra surrealismo viria a descrever todoum movimento artístico e literário.
Eu e o João Vasco tocamos exertos do "Parade" no recital em Cork. Fizemos uma pequena pesquisa e penso que se bem me lembro o guarda-roupa era feito em cartão e houve um grande problema em relação aos bailarinos, por estes terem uma grande dificuldade em movimentar-se.
ResponderEliminaruau.. ><
ResponderEliminarÉ verdade isso dos "fatos" de cartão. Mais um pormenor que causou grande polémica na altura, nomeadamente entre os bailarinos, como referiste, Eduardo.
ResponderEliminarDe facto não imaginava Picasso entregue às agulhas ou a supervisionar o trabalho de corte e costura...enfim, cada um no seu sítio e os bailarinos que se aguentem! Dera a muito boa gente andar por aí com um cartãozinho à frente e outro atrás, nem se fosse apenas com a assinatura deste senhor!
ResponderEliminarAgora que falam nisso, só agora relaciono a "funny-wierd performance" de Cork com o questionamento bem humorado de Satie (chamemos-lhe assim), da cultura da época...
Aproveito e dou os parabéns aos dois intérpretes!
Não querendo repetir-me mas correndo esse risco, deixei no post do Dali uma (possível) explicação para tantos pianos na obra do pintor, enfim, a pensar nos amantes e curiosos...
ResponderEliminarObrigado pela parte que me toca (que deve ser 50%) nos parabéns.
ResponderEliminarA música de Satie é isso mesmo, surrealismo, e quando se junta com o génio surreal de Picasso, ainda melhor.