Efemérides - 53
Neste dia, em 1875, deu-se a primeira apresentação em Paris do
Concerto para piano No.4 em Dó menor, Op.44
de Camille Saint-Saëns
O compositor foi o solista e Édouard (coincidência?) Colonne o maestro.
A obra é dedicada ao pianista austríaco Anton Door.
Orquestração: 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, timbales e cordas.
É uma obra em 2 andamentos: o 1º com 2 partes e o 2º com 3.
Inicia-se com um tema em duas partes (8+8 compassos) que é caracterizado por um motivo de 3 notas com uma pequena pausa entre cada grupo. A orquestra apresenta-nos este tema secco, enquanto o piano responde de uma maneira mais legato. A mesma coisa acontece nos segundos 8 compassos. Por outras palavras, o tema em si mesmo já contém uma variação.
O contraste entre orquestra e solo estabelece um padrão para este Concerto: a orquestra propõe e o piano elabora, subjectivamente.
Após o tema, temos duas variações, cada uma delas incluindo a sua variação interna e expandindo um vocabulário de harmonia, textura e figuração. A 2ª variação não termina, ao invés, dissolve-se num andamento mais lento, modulando para uma tonalidade maior: Láb Maior.
Esta secção começa como textura e figuração puras, mas em breve, uma melodia de Coral emerge nas vozes dos Sopros.
O piano responde com nova música meditativa, delicadamente harmonizada.
No culminar de um grande crescendo, o piano proclama o Coral com um som majestoso, após o qual, e depois de uma passagem de "filigrana", este andamento chega a um final de uma simplicidade tocante.
Cortot sempre disse que a sua intuição o levava a fazer um attacca para o 2º Andamento, assim que as cordas tivessem tempo de retirar as surdinas, isto devido à surpresa pela entrada súbita do 2º andamento depois do Andante e porque apela também à unidade do Concerto. Só mais tarde quando ele adquiriu o manuscrito do Concerto (era um grande coleccionador) é que pôde constatar na indicação "enchainer" que figurava no final do 1º Andamento, confirmando, assim, a sua intuição. Esta indicação não figura nas partituras editadas.
Este andamento começa com figurações no piano, grupos de 4 notas descendentes e ritmos de tercinas (tudo em oitavas), que já tínhamos ouvido anteriormente, mais propriamente no ponto em que a 2ª variação no 1º Andamento se transforma na ponte para o Andante.
A primeira vez que a orquestra tem algo de substancial para dizer, enquanto o piano executa corridas em terceiras e arpejos, é precisamente com o tema do 1º Andamento, mas algo transformado.
Depois, começa uma "conspiração" para transformar o 2/4 dominante neste Scherzo num 6/8 no Trio onde a orquestra acentua as notas da melodia do piano. Este é o único tema do 2º Andamento que não deriva de um tema do 1º Andamento.
Depois do Scherzo retornar, a música atrasa novamente o andamento para um Andante, mas este, contrariamente ao Andante do 1º Andamento é mais um interlúdio do que um andamento por si próprio, sendo, no entanto, baseado em temas do 1º Andante, no Coral e na resposta meditativa do piano.
Um grande amontoar de oitavas quebradas culmina num trilo reverberante, contra o qual as trompas e os trompetes proclamam a 1ª frase do Coral, mas desta feita num tom marcial (mas ainda em 3/4). O piano apanha esse tema e assim começa um finale pianisticamente inventivo e brilhantemente exuberante.
para uma interpretação deste concerto ver AQUI










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o pianista que "nunca estudava a não ser na sua própria mente". hehehe...sim...pois...
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Grande pianista virtuoso, foi aluno de 
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Um dos maiores vultos da música portuguesa do Séx. XX
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